terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Homenagem!

A nossa amiga MARIA DULCE SIOPA partiu no dia de Natal. Ela acompanhou-nos e partilhou connosco alguns dos passeios aqui noticiados assim como outros. Recordá-la-emos com carinho. Que a sua alma descanse em paz.

Sob a emoção causada com a notícia, escrevi em sua homenagem o que se segue.


Mais uma estrela se apagou!

Inanimada e anónima

partícula em cinza viajará,

levada pelo vento

e tornada pó da terra.


Hoje, o meu universo ficou mais triste…

Hoje, o meu universo ficou mais pobre…


Mas a rota imparável da vida

trará em qualquer amanhecer

novos astros luminosos

e irá, num improvisado equilíbrio,

trazendo e levando,

a seu belo prazer,

presenças e ausências

ao meu firmamento.


Jesus Varela

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PASSEIO DOS REFUGIADOS - LISBOA


O dia 30-04-2011 amanheceu chuvoso mas não impeditivo de nos encontrarmos à porta do Diário de Noticias em Lisboa, para mais um “PASSEIO DOS REFUGIADOS” proporcionado pela Câmara Municipal de Lisboa.
Situando-nos no espaço e no tempo a Guia foi-nos conduzindo pelas ruas Alexandre Herculano e outras limítrofes, onde os sinais dos tempos do fim da Monarquia em Portugal, a implantação da Republica, o Pós I e II Guerras Mundiais, começaram a ser visíveis, aos nossos olhos bem como os sinais deixados pelas vidas vividas de por quem cá passou.

Lisboa nos finais da monarquia vivia provincianamente e o governo estava de cofres vazios, mas durante a I guerra mundial 1916-1918 muitos foram os que enriqueceram com a venda de volfrâmio e outros negócios, proporcionados pela guerra, e mandaram construir palacetes e prédios de excelente traça arquitetónica (Ventura Terra, e outros) merecendo prémio Valmor e de cuja beleza, ainda hoje, podemos ver.
Foi durante a I Guerra Mundial (1916-1918), a Guerra Civil em Espanha, (1936-1939) e a II Guerra Mundial de 1939 a 1945, que ocorrem em Portugal muitíssimas transformações sociais.
Na guerra civil espanhola muitos se tinham refugiado em Portugal mas é no fim dessa guerra e início da II Guerra Mundial que de toda a Europa chegam não só os membros das Casas Reinamtes europeias mas muitos mais refugiados em fuga.
Mais de 1 milhão entram na nossa fronteira. Cansados e famintos são acolhidos pelo povo com a humanidade de um caldo de couves bem quente e uma côdea de pão, hoje o tão bem conhecido e famoso “Caldo Verde”.
Na província reúnem-se formando bairros maioritariamente de judeus mas existem também outros refugiados. Os que conseguiram trazer consigo algo de valioso vêm para as grandes cidades onde podem vender e fazer alguns negócios que lhes permite pagar alojamento, medicamentos e mesmo comprar viagens de barco para bem longe da Europa,
O “PASSEIO LISBOA DOS REFUGIADOS conta-nos as histórias das suas vidas vividas na cidade de Lisboa mostrando-nos os lugares onde dormiam, comiam, esplanadas e cafés que frequentavam, farmácias onde compravam medicamentos manufaturados especificamente para curar doenças, aliviar suas depressões e angustias.
Como os males do físico são também males do espírito ao judeus construíram uma Sinagoga que continua a ser importante nas vidas dos descendentes que por cá ficaram e por outros vindos depois deles.


Em Lisboa a chuva parou e nós também.
Hoje 30 de Abril de 2011 pelas 12.horas estamos em frente à atual residência particular do 1º Ministro de Portugal - José Sócrates - e constatamos que numa placa de identificação colocada entre outras o nome de PORTUGAL está colocado de “pernas para o ar”…. Acaso? , Propósito, Agoiro? O tal afamado Humor português? Quem sabe????
Certo é que o nome de Portugal está tal e qual como deixa o país depois de anos do seu e deles DESGOVERNO.
Bem Hajam.
Um abraço Ma. Eugénia

sexta-feira, 22 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

MUSEU DE ARTE POPULAR - 16/04/2011







Dia 16 de Abril, Sábado ensolarado e primaveril. O grupinho do costume, mais coisa menos coisa, lá se encontrou quase na totalidade, à volta duma mesa, entre os aromas e sobores do cafézinho e do celebrado pastelinho de Belém. Depois, calmamente, e porque andar a pé faz muito bem, lá fomos até ao Museu de Arte Popular, onde encontrámos os restantes amigos.

Era um dos três dias (15, 16 e 17) consagrados às “Memórias do Mercado da Primavera”, tendo como tema “Os Nossos Bonecos”, tanto aqueles que a tradição popular nos legou como os de concepção contemporânea, expostos à venda em diversas barraquinhas.

Simultâneamente decorria um variado programa de animação, no recinto exterior do Museu. Na altura da nossa visita, actuava o Grupo Tradicional de Cinfães, num cenário onde se dispunham alfaias e utensílios domésticos da sua região local. Com vestes tradicionais, o grupo apresentou o seu repertório de danças e cantares, também tradicionais da região do Douro, assim como uma demonstração da transformação do linho, passando por várias tarefas e usando diversos utensílios, que o vão transformando de haste seca de planta, ao tecido já confeccionado.

Ir ao Museu sem espreitar o seu interior era impensável. Assim, na exposição temporária agora a decorrer, porque não havia visita guiada, cada qual foi lendo e vendo toda a informação que qualquer visita a um destes lugares tem como objectivo conhecer.

O Museu, esteve encerrado alguns anos e teve obras de conservação, estando actualmente em fase de reabertura, ainda parcial, com uma exposição temporária, chamada “Os construtores do MAP – Um Museu em Construção”. Essa exposição apresenta-se cronológicamente, abordando temas como a análise dos processos artísticos que no início do séculoXX, usaram modernas formas de expressividade artística no tratamento de temas de cultura e tradição populares. Sendo o Museu de Arte Popular a intencional expressão dessa aliança, (modernismo/nacionalismo), estando-lhe ligado um grupo de intelectuais e artisas dos quais se fala, por exemplo, através de imagens (fotografias) e de extratos de textos (artigos de imprensa).

Um outro núcleo recorda o Centro Regional da Exposição do Mundo Português, através da representação da vida popular nomeadamente as aldeias portuguesas dos anos 40.

Noutra parte da exposição conta-se gráficamente, como o museu era em 1948. O edifício, os artistas e decoradores envolvidos, as colecções existentes e as exposições temporárias realizadas antes de ter sido encerrado.

Podem ainda ser vistos, expostos em vitrinas, alguns exemplares de objectos típicos de algumas regiões do país.

De referir os belíssimos painés, que decoram as paredes, com autoria de Almada Negreiros.

Da visita recolhi a ideia de que este museu pretende contar a história da nossa identidade popular e toda a evolução ideológica/política que através do tempo a foi norteando. Esperemos pois a abertura plena do Museu de Arte Popular.

Jesus Varela

AINDA SOBRE O MUSEU DA ELECTRICIDADE...

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Os museus são espaços consagrados ao passado, mas projectando-o no futuro, o que implica o presente que vivemos. Nos museus, mergulhamos num tempo. Pode ter sido nosso, habitante das nossas recordações, ou um outro, lá mais longínquo, quando ainda não existíamos.

Vem esta conversa a propósito do Museu da Electricidade, que visitei, num agradável dia, passado em convívio de amigos e que me deixou a meditar, em quanto desconhecemos de como era, e até mesmo do que está por detrás, do bem estar que usufruimos.

Por exemplo, aquele gesto de premir um botão e acender uma lâmpada. Tão cómodo e simples esse milagre! Sendo a iluminação o mais elementar do variado leque que tem como suporte a electricidade. Mas quando premimos esse botão, não imaginamos o quanto trabalho e sacrifício leveram àquele ponto.

No museu, além de se poderem ver as máquinas reais, hoje em desuso, alimentadas a carvão mineral, recriam-se cenários, onde podemos perceber como trabalhavam os operários que as mantinham em produção. Era um trabalho extremamente duro, onde as temperaturas atingiam alturas tais que dir-se-iam chamas a alimentar o Inferno, o que de facto acontecia, pois trabalhar naquele cenário dantesco era infernal. Os trabalhadores, sem qualquer protecção estavam sujeitos a temperaturas e radiações perigosas para a saúde. Dos mais chocantes, era o trabalho de retirar as cinzas resultantes da combustão do carvão, as quais continham graus consideráveis de radioactividade. Esse trabalho não se aguentava muitos dias seguido. Os trabalhadores adoeciam e despediam-se, regressando quando melhoravam, porque necessitavam de trabalhar, (muitos vindos do campo para a capital e estando longe das famílias), e não o conseguiam noutro lugar, por não terem qualquer especialização.

Hoje estas condições poderão ter melhorado substancialmente mas não pensemos que vivemos num feliz mar de rosas. lembremos como exemplo, a existência no nosso país, de centrais de produção electrica a partir do carvão (Sines) e se as condições de trabalho destes operários são melhores, como serão as vidas dos mineiros que nas profundidades extraem o mineral?

É assim a vida. Envolvemo-nos no entusiasmo das coisas tão acessíveis e fáceis que o dia a dia nos oferece, mas esquecemos os sacrifícios e dificuldades que muitos passam para nos permitir tanto bem estar.


Jesus Varela


sexta-feira, 1 de abril de 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

7º ENCONTRO - 26-03-2011









MUSEU DA ELETRICIDADE - Lisboa.


No Cais Fluvial de Belém o sol despontou para nos acampanhar na travessia do rio Tejo no barco da carreira Belem-Trafaria com acesso a lugares sentados no exterior.




Que agradável sentir a brisa e deslumbrarmo-nos com a paisagem de Lisboa que se distancia...






Aproximamo-nos da rudeza e imponência da margem esquerda da qual estamos cada vez mais perto. Paramos em Porto Brandão e chegamos à Trafaria para almoçar no restaurante. "O Fragateiro" uma excelente caldeirada de peixe muito bem servida e de ótimo sabor.



Depois do cafezinho seguimos num passeio pela marginal até às últimas casas de madeira ainda existentes onde vivem os pescadores da borda d' água. Iniciámos uma incursão pelas ruas e ruelas da pequena vila da Trafaria, Igreja, Largo Principal, casas pequenas e tanques de cimento na rua e alguns pequenos palacetes onde os pequenos burgueses vinham "a banhos" nas areias e águas do Tejo.


Embarcámos de volta à cidade mas o sol foi-se transformando em água vinda do céu e foi debaixo de uma enorme chuvada que entrámos no Museu da Eletricidade.



quinta-feira, 3 de março de 2011

6º ENCONTRO- 26.02.2011

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Ao chegarmos ao Centro Ciêntifico e Cultural de Macau em Lisboa, deparámos com um acolhedor e significativo jardim com o símbolo "Mandala", palavra sânscrita que significa círculo e representa a dinâmica relação entre o homem, o cosmos, o divino. Por debaixo, nos dois lagos, vivem peixes vermelhos-dourados cuja criação é originária da China. Todo o jardim é ladeado por espécies arboreas provindas do Oriente.

Depois de aspirarmos o ar e a ambiência orientais, iniciámos a nossa visita guiada, preparando-nos para a grande viagem até Macau.

Foi com gosto e expectativa e a convite da Guia que embarcámos na Nau exposta na vitrine da direita e, olhando para os mapas de então, "navegamos" ao som das suas palavras avistando mais à frente umas ilhas na foz do rio das pérolas cuja existência tem mais de 6000 anos a quem os nossos antepassados no séc. XVI chamaram de MACAO.

Uma outra Nau nos esperava. Sentámo-nos e de dentro dessa Nau, vimos e ouvimos, vários diálogos de portugueses narrarando-nos o que ocorreu naquela época.

No final desembarcámos e um grande oratório estava à nossa frente. A seu lado vários deuses e deusas dessas terras longínquas cujos significados ficámos a conhecer e nos fizeram compreender melhor os povos do Oriente.

Olhando um pouco mais além, vimos o primeiro dicionário de português, mandarim, canconês, feito por um português. Esta é a prova do intercâmbio cultural, desejável e praticado desde essa época até aos dias de hoje, sendo disso exemplo a existência deste Centro de Investigação e Museu, numa coexistência harmoniosa de divulgação multicultural.

Um pouco mais à direita vimos as primeiras espingardas e pólvora que os portugueses levaram e que tanta importância tiveram no desenrolar das relações entre os povos da China e Japão.

A mistura de culturas chinesa, indiana, japonesa e portuguesa foi-se desenvolvendo através dos séculos XVII, XVIII e atinge o seu auge no início do século XIX.

Se até aí somente as casas reinantes europeias possuiam baixelas e outras peças ornamentais em porcelana chinesa, dos períodos azul, verde e rosa, onde faziam pintar os seus brazões, foi no séc. XIX que também as casas senhoriais começaram a adquiri-las e a exibi-las nos seus salões.

estavamos um pouco cansados depois de duas horas de visita, mas os maravilhosos leques que vimos refrescaram-nos e foi com ânimo renovado que nos deliciámos vendo os lindos brincos de marfim através da excelente ideia da lupa, as peças em tartaruga, de rara beleza, e lindissimas peças em prata. O quadro do Menino Imperador foi o toque de "a cereja em cima do bolo".

A Dra. Ana Cristina Alves, a quem agradecemos particularmente, transmitiu-nos com entusiasmo, vivacidade e a histoicidade de 2 horas e meia, toda a vivência do mundo oriental e apercebemo-nos que a sua cultura é muito para além da que nos transmitiu.

No final, como não temos dinheiro que pague a excelente visita proporcionada, aproveitamos as moedas chinesas expostas da época ac e dc para as deixar onde estão e pedimos que aceitem esta nossa forma de pagamento. BEM HAJAM

Ma.Eugénia

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

5ª ENCONTRO - 29 de Janeiro

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Que agradável foi encontrarmo-nos no restaurante Arêgos bem pertinho do Museu das Marionetas em Lisboa, fazermos a visita guiada e assistirmos ao espetaculo de Marionetas.
Recordámos um pouco da nossa infância e transportando-nos para terras longínquas… Indonésia, China, Malásia, Vietnam, Birmânia...
Não se sabe ao certo a origem da Marioneta, talvez na Índia? China? Birmânia? Certo é que ainda hoje se podem ver espetáculos nas praias indonésias durante a noite inteira, com famílias assistindo ao que consideram ser mensagens dos seus deuses transmitidas pelo Xamã que recita versos imemoriais.
As Marionetas são feitas de pele de animal e pintadas de cores vivas. O Xamã dá-lhes vida movimentando-as com uns pauzinhos e trocando as personagens ao longo da noite.
No Vietnam as Marionetas são de madeira pintadas, representam pessoas e animais da vida diária e o espetáculo decorre dentro da água dos campos alagados para produção de arroz fazendo um semi circulo com esteiras de bambu que ocultam quem as movimenta. Na Birmânia vestem ricamente e estão inseridas num espaço teatral e a suas representações eram feitas na corte.
Em Portugal a história das Marionetas remonta ao século XVII trazidas por italianos e franceses.
Vários foram os esforços para manter este tipo de espetáculo que estava quase sempre ligado ao povo que o apresentava em pavilhões, jardins e de terra em terra em carroças.
Recentemente e muito porque o Museu da Marioneta tem já uma sala para exibição de espetáculos ao vivo, há um recrudescimento do uso de marionetas.
Também os filmes de animação as utilizam para contar histórias de encantar a miúdos e graúdos, continuando-nos a transmitir valores humanos que devemos valorizar como a bondade e o respeito pelo próximo.
Um abraço até à próxima.

Ma.Eugenia