.Ao chegarmos ao Centro Ciêntifico e Cultural de Macau em Lisboa, deparámos com um acolhedor e significativo jardim com o símbolo "Mandala", palavra sânscrita que significa círculo e representa a dinâmica relação entre o homem, o cosmos, o divino. Por debaixo, nos dois lagos, vivem peixes vermelhos-dourados cuja criação é originária da China. Todo o jardim é ladeado por espécies arboreas provindas do Oriente.
Depois de aspirarmos o ar e a ambiência orientais, iniciámos a nossa visita guiada, preparando-nos para a grande viagem até Macau.
Foi com gosto e expectativa e a convite da Guia que embarcámos na Nau exposta na vitrine da direita e, olhando para os mapas de então, "navegamos" ao som das suas palavras avistando mais à frente umas ilhas na foz do rio das pérolas cuja existência tem mais de 6000 anos a quem os nossos antepassados no séc. XVI chamaram de MACAO.
Uma outra Nau nos esperava. Sentámo-nos e de dentro dessa Nau, vimos e ouvimos, vários diálogos de portugueses narrarando-nos o que ocorreu naquela época.
No final desembarcámos e um grande oratório estava à nossa frente. A seu lado vários deuses e deusas dessas terras longínquas cujos significados ficámos a conhecer e nos fizeram compreender melhor os povos do Oriente.
Olhando um pouco mais além, vimos o primeiro dicionário de português, mandarim, canconês, feito por um português. Esta é a prova do intercâmbio cultural, desejável e praticado desde essa época até aos dias de hoje, sendo disso exemplo a existência deste Centro de Investigação e Museu, numa coexistência harmoniosa de divulgação multicultural.
Um pouco mais à direita vimos as primeiras espingardas e pólvora que os portugueses levaram e que tanta importância tiveram no desenrolar das relações entre os povos da China e Japão.
A mistura de culturas chinesa, indiana, japonesa e portuguesa foi-se desenvolvendo através dos séculos XVII, XVIII e atinge o seu auge no início do século XIX.
Se até aí somente as casas reinantes europeias possuiam baixelas e outras peças ornamentais em porcelana chinesa, dos períodos azul, verde e rosa, onde faziam pintar os seus brazões, foi no séc. XIX que também as casas senhoriais começaram a adquiri-las e a exibi-las nos seus salões.
estavamos um pouco cansados depois de duas horas de visita, mas os maravilhosos leques que vimos refrescaram-nos e foi com ânimo renovado que nos deliciámos vendo os lindos brincos de marfim através da excelente ideia da lupa, as peças em tartaruga, de rara beleza, e lindissimas peças em prata. O quadro do Menino Imperador foi o toque de "a cereja em cima do bolo".
A Dra. Ana Cristina Alves, a quem agradecemos particularmente, transmitiu-nos com entusiasmo, vivacidade e a histoicidade de 2 horas e meia, toda a vivência do mundo oriental e apercebemo-nos que a sua cultura é muito para além da que nos transmitiu.
No final, como não temos dinheiro que pague a excelente visita proporcionada, aproveitamos as moedas chinesas expostas da época ac e dc para as deixar onde estão e pedimos que aceitem esta nossa forma de pagamento. BEM HAJAM
Ma.Eugénia